Teoria do drama romântico
A estética ao drama romântico, tal qual a concebeu Garrett, põe em confronto as normas clássicas e as românticas:
Teatro clássico:
1. Absoluta separação do trágico e do cómico.
2. Linguagem selecta e majestosa, sobretudo na tragédia.
3. As personagens são figuras de psicologia geral e abstracta.
4. Exigem-se as unidades de acção, tempo e lugar.
Teatro romântico:
Inclusão do sublime e do grotesco na mesma obra.
Frases conformes à índole dos protagonistas, alheias a preconceitos e a preocupações de sublimidade.
As personagens devem ser tipos individualizados, revivendo nas cenas a verdade dramática da vida comum.
A mesma acção desenvolvida num só dia e num mesmo lugar não convém à agitação passional que fermenta no Romantismo. Só a unidade de acção se admitirá no teatro romântico.
Não esqueçamos que o drama «é a luta entre personagens, ou luta dentro da mesma personagem — luta cujo desfecho incerto traz suspensa a curiosidade e a simpatia do espectador».
Na tragédia «não há tanto a luta como a expectativa terrífica de um desfecho que se aproxima a passos fatais, e contra o qual não vale astúcia humana, como diria Camões.
(A. J. Saraiva, Para a História da Cultura em Portugal, II, Lisboa, 1961, pág. 35).
Assim, enquanto os protagonistas da tragédia, por mais que esbracejem, nos surgem impotentes para evitar o desencadear da desgraça, os protagonistas do drama, pelo esforço, inteligência ou manha, podem mudar o curso dos acontecimentos, levando a acção, se calhar, a terminar em apoteose.
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