quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Correntes literárias que influenciaram Antero de Quental

Niilismo
O niilismo é a doutrina da negação radical, da absolutização do nada. No seu pessimismo radical, está latente a negação do mundo, dos valores e da própria sociedade. Em filosofia, o niilismo leva ao cepticismo, em moral ao amoralismo e em política ao anarquismo. O niilismo é fruto de uma opção vital: a sua refutação, faz-se com uma opção contrária, baseada esta na força da evidência, de uma fé inabalável no sentido do mundo e da vida.

Satanismo
É a atitude assumida por certos escritores, de revolta contra a divina ordenação da existência e como culto voluptuoso da danação, com a consequente inversão dos valores éticos e profanação dos actos litúrgico-religiosos.

Pampsiquismo
Pampsiquismo é a doutrina segundo a qual toda a matéria é não só viva mas também possuidora de uma natureza psíquica análoga à do espírito. Renasceu com os cientistas modernos, como E. Haeckel, como fundamento da sua tese do evolucionismo universal. Renegando a noção de criação, buscam em vão no pampsiquismo a razão de ser das características e finalidade verificadas em todas as coisas existentes.

Petrarquismo
Movimento que surgiu com o poeta e humanista italiano Petrarca. Cria do amor irrealizável a imagem cristalizada de uma perfeição incoruptível, que faz do tempo humano um reflexo da eternidade divina. Ao mesmo tempo exprime a sua divisão entre as aspirações ascéticas e as seduções do mundo por meio de múltiplos jogos de antiteses.

Realismo
O realismo é a disposição ou tendência de conformar-se com a realidade ou de considerar as coisas como elas são. Designa em filosofia a doutrina que ensina a existência da realidade independentemente do nosso conhecimento, e o conhecimento desta, ao menos dentro de certos limites. Tanto na literatura como nas artes plásticas, o realismo pretende dar a reprodução exacta da realidade, sem a modificar, idealizar ou deformar. De um mesmo objecto, pode haver um realismo que falseia a realidade e um realismo que o revele com muito maior objectividade.

Panteísmo
É a palavra grega que significa «tudo é Deus» representando a doutrina filosófica segundo a qual Deus e o mundo se não distinguem no ser. Identifica Deus e o mundo, o criador e a totalidade da criação. Há diversas formas de panteísmo, que está na origem de muitas religiões da Índia. Ignorando a participação e a analogia dos seres, o panteísmo não mantém a diferença ontológica entre o finito e o infinito, entre a imanência e a transcendência, assimilando os dois termos. Exemplos de sistemas filosóficos subsidiários do panteísmo são os de Espinosa e de Hegel.

Hegelianismo

Filosofia que intenta chegar à compreensão da realidade total identificando-a com o absoluto (Ideia) do qual a natureza e o espírito não são senão formas sucessivas. E a ideia absoluta desenvolve-se através de um processo dialéctico de 3 fases: tese, antítese e síntese. No hegelianismo não há lugar para um Deus transcendente nem para a independência da pessoa humana. A História, os povos, os heróis, o direito, o Estado, a Arte, a religião e a Filosofia não seriam mais do que formas sucessivas de a Ideia ir tomando consciência de si própria.

Socialismo utópico
O Socialismo surgiu como movimento e doutrina político-económica que, visando suprimir a desigualdade e as classes sociais, preconiza a supressão da propriedade privada dos meios de produção. O socialismo começou por ser «utópico», isto é, é igualitarista, cooperativista, mas sem uma estratégia de poder, com o inglês Owen e depois, em França, com Saint-Simon e Fourier, entre outros.

Metafísica

Pretende-se, com esta disciplina da filosofia, ultrapassar o domínio da experiência e atingir o próprio ser e os seus atributos essenciais, procurando, assim, resolver problemas suscitados pela experiência, mas que só encontram a sua solução num outro plano. Deste modo, tem sido entendida, por oposição às ciências positivas, como uma disciplina do inteligível, das primeiras causas e dos primeiros princípios como a definiu Aristóteles.

Budismo
A doutrina de Buda tem como base dois dogmas: reencarnação e libertação final. O método da via de libertação consiste em descobrir a realidade que existe para além das aparências, superando as ilusões, as paixões e a dor. Para o budismo a morte é sempre seguida de um renascimento (reencarnação), o que significa que o ideal seria a quebra desta sucessão de mortes e renascimentos para se atingir a extinção (Nirvana). O Nirvana é a última etapa da existência que apenas se atinge fora da Lei das acções (Karma) e da reencarnação.

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