quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Afonso X, o Sábio

Monarca, nascido em 1221, em Toledo, e falecido em 1284, em Sevilha, foi, a partir de 1252, Rei de Castela e de Leão. A sua corte, ponto de encontro de poetas galego-portugueses e provençais, constituiu um importante foco de irradiação cultural na Península Ibérica.
Apesar de não ter sido bem sucedido como político, era, todavia, extraordinariamente culto e foi um estudioso admirável. Versado nas ciências naturais, na jurisprudência e nas línguas clássicas, escreveu diversas obras marcantes, entre as quais se destacam: Las Siete Partidas (codificação de leis, obra jurídica que durante séculos constituiu o núcleo mais importante da legislação espanhola); General Estoria e Cronica General de España (ponto de referência para numerosas refundições, adaptações e continuações); e Libros del saber de Astronomia, Libro complido en los judizios de las estrellas e Lapidario (estudos científicos que exerceram muita influência na cultura astronómica da Península e na educação técnica dos navegadores portugueses).
Este extenso labor literário foi também o ponto de chegada das suas preocupações como governante: ao dotar a nação de uma sistematização histórica e jurídica permitiu a convivência das culturas cristã, árabe e hebraica, e, por consequência, um intercâmbio de conhecimentos até então desconhecidos. Ao mesmo tempo, a figura de Afonso X está no centro de uma intensa actividade poética de que é simultaneamente patrono e autor. Exímio autor de cantigas de amor e cantigas de escárnio e maldizer, a lírica de Afonso X está presente nos Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana . Além da lírica profana, Afonso X organizou o único cancioneiro religioso galego-português, composto em louvor da Virgem, a colectânea Cantigas de Santa Maria.

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